Desde que me
conheço por gente é assim. Chegam as férias e, junto com elas, a (quase que
obrigação social) necessidade de arrumar os armários e gavetas (e com sorte as
ideias também).
Quando a gente
era criança, mamãe ensinava: "meias e calcinhas novas numa gaveta
separada" e ainda: "roupas de passear de um lado e as de ficar em
casa do outro." E tinha mais uma: "vejam as roupas que não servem
mais para doar para as crianças que não têm..."
No armário de
brinquedos era a mesma coisa: "separem aqueles com que não brincam mais,
só assim caberão os novos que Papai Noel vai trazer!" E tinha a
escrivaninha... ah! "reaproveitem os lápis de cor! Não tem cabimento
comprar uma dessas caixas toda vez que vocês passam de ano!" E era sempre
assim, com uma ou outra alteração por conta da idade ou da expectativa infante.
Faz muitos anos
que não moro mais com a mamãe, mas estou de férias e hoje foi dia de arrumar o
armário, as gavetas e as ideias. Tinha calça que já não me servia (mas eu
insistia em guardar - vai que eu emagreço!), roupas de quando eu estava mais
gordinha (porque e se eu engordar?) tinha uns sapatos totalmente fora de moda
(e se a moda volta? - eu arrumo cada desculpa!), recordação da faculdade, tinha
até um uniforme de um dos hotéis que trabalhei logo que me formei (tentei não
fazer as contas, mas afirmo que faz tempo).
Após algum
trabalho e depois de me impor o exercício do desapego, decidi o que manter no
meu espaço (sabe aquela história de só ter o que te traz felicidade?). O resultado?
Sim, se Papai Noel se adiantar e, mesmo que fora de época, quiser me trazer uns
presentinhos eles caberão no meu armário!
Em meio à
confusão das sacolas de lixo, consertos e doações, me peguei pensando se não é
exatamente isso que devemos fazer na vida. Manter o que nos faz felizes, jogar
fora tudo aquilo que não é útil (paradigmas, mágoas e rancores, por
exemplo), abrir mão do que não é essencial, dar adeus, de uma vez por todas,
a sentimentos (coisas ou pessoas) que nos impedem de crescer ou seguir,
separar um lugarzinho para o que é especial. Os velhos amigos merecem uma
gavetinha VIP assim como as belas recordações (só as belas).
Excluir tudo o que aborrece, entristece, perturba ou causa ansiedade. Consertar o que ainda
for possível e desejável (e se não for continuar em frente com a certeza da
tentativa). Ou seja, abrir espaço na mente e no coração para que ideias e aprendizados novos, projetos esquecidos, outros amigos e amores vejam uma
brecha para entrar em nossas vidas e nos fazer melhores, mais felizes.
Esse é um
convite para mim e para você...
Arrumar armários e gavetas, certamente, será
mais fácil. Comece por eles!
Lindo Melzinha!!! Saudade!! bjss
ResponderExcluirSaudade Suuuu!
ResponderExcluirGostei desta parte:"Excluir tudo o que aborrece, entristece, perturba ou causa ansiedade". Muito legal!!
ResponderExcluirAdorei Maria Cristina; Manter e oque nos faz felizes e dar adeus ao que nos impedem de crescer ou seguir em frente. Mto bom..Felipe Icimoto
ResponderExcluir