Alguém teria dito, um dia desses, que tudo o que as mãos levam ao papel são traços de páginas já vividas que, insistentes, permanecem no imaginário de nossos sentidos e, irreverentes, se manifestam quando bem desejarem, sem prévio anúncio e sem censura. Somos a soma dos vestígios que absorvemos ao longo de nossos passos, em nossos caminhos. Em geral são muitos, todavia alguns exemplos são mais tangíveis. As imagens, mesmo que imprecisas, das primeiras companhias e das primeiras esperanças, acalentadas num tempo que ainda nem era possível compreender o real significado desses termos. As pessoas, aparentemente insubstituíveis, que, pelos mais diversos motivos, saíram de nosso convívio e de quem quase nada mais soubemos. Talvez nem nos lembremos dos instantes nos quais trocamos as palavras que viriam a ser as derradeiras de nossas relações. As impressões daqueles que atravessaram conosco os diferenciados instantes de serenidade ou amargura; que navegaram ao nosso lado as ondas de todas as
Doses de palavras em textos e poemas!