Todos os dias, dos
rotineiros aos mais expressivos, têm suas vésperas.
Algumas vezes, são
os momentos de rever detalhes dos planos organizados durante semanas, meses,
aparar as derradeiras arestas, dirimir as últimas dúvidas, respirar
profundamente e seguir para vivenciar o que os próximos passos reservam como
revelações.
Outras vezes, as
vésperas se constituem no tempo de concluir a arrumação das malas e de conferir
os documentos para a viagem que se aproxima.
Outras, ainda, são períodos de recordar situações que a gente desejou perenizar em nosso
destino, mas que insistem em permanecer como esperanças retidas, aguardando os instantes propícios para se converter em realidade.
Sem as vésperas, os
dias da celebração se tornariam apenas um futuro inatingível e uma perspectiva
distante, incapazes de fixar o sorriso e de renovar as hipóteses de conquista.
Sem elas, os dias
seriam iguais e carregados de monotonia. Dias sem o colorido que recompõe a vida
e substitui os tons cinzentos pelas belezas azuis, aquelas que alegram a alma e
a conduzem às mais singulares descobertas.
Com as vésperas, uma
estimulante ansiedade faz companhia às horas que antecedem ocasiões há muito
esperadas.
Com elas os sabores
das paixões ganham instigante e desafiadora intensidade. Assim como é a vida.
Ou, pelo menos, como deveria ser sempre.
Nas vésperas, se
experimenta a gostosa inquietude pelo instante de receber os abraços insubstituíveis,
o carinho restaurador, as palavras que incentivam. E consumar os desejos que tornam
legítimos os nossos sonhos.
Ah... é bom estar convicto da possibilidade de sonhar, mesmo diante das inevitáveis noites entre as vésperas e
os dias tão aguardados.
O que seria da véspera sem o amanhã e do passado sem o futuro. Vida e morte, se encontrando diariamente num inusitado jogo chamado vida. Um sopro divino em seu começo e fim.
ResponderExcluirÓtimas palavras.
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