Levantou aquele dia com vontade de ouvir uma história. A última de que se recordava tinha sido contada há muito tempo por sua avó materna. Ele tinha dez, doze anos. Depois, só a realidade da vida. Nada de narrativas fictícias, ou algo parecido. Nada de contextos fantásticos, lugares paradisíacos, sequências mirabolantes. Naquele dia, desejou ouvir uma história que unisse elementos inesperados, tendo como pano de fundo um sonho impossível, com personagens que não conseguissem dominar a dinâmica do enredo. Aquilo não lhe saiu da cabeça, o dia inteiro, tal a ansiedade por algo que lhe viesse a ser revelado, como fruto de uma bem preparada imaginação. Porém, não conhecia mais ninguém que lhe pudesse trazer uma história, qualquer que fosse. Ninguém, apesar das suas conjeturas e sondagens virtuais. Voltou tarde para casa, mais cansado que o habitual e rapidamente se preparou para o descanso noturno. Embarcou neste percurso solitário, não evitando alguns planos p
Doses de palavras em textos e poemas!