Na verdade, a intensa expectativa era rever,
pouco mais de um ano depois, a pessoa especial, que tanto o impressionara.
Provavelmente de modo definitivo.
Instalado no hotel, aguardou com ansiedade o
horário estabelecido para o encontro, até receber a mensagem confirmando já
estarem resolvidas as questões que ela estava tratando. Era tempo de se dirigir
à praça central, conforme haviam marcado.
Chovia fino naquela tarde, tornando o momento
ainda mais singular.
Vinda de uma das esquinas da praça, a linda mulher
se fez presente e, como um presente, conduziu as palavras e os abraços de
boas-vindas e, com seu sorriso inigualável, propôs - e foi imediatamente
atendida - que almoçassem no restaurante mais próximo.
Assim fizeram e começaram a conversar como se
houvessem estado juntos desde sempre. Nem mesmo a intensidade sonora do local
foi impeditiva para que o momento tão esperado se mostrasse exatamente como
projetado, confirmando as mais positivas expectativas.
Não é o caso de se detalhar, neste texto, o que
se falou naquelas horas do reencontro. Também não é o caso de serem mencionados os demais aspectos inusitados que foram ali vivenciados.
Como todos os momentos maravilhosos, o tempo passou
bem depressa. Era preciso que ela retomasse seu trabalho cotidiano, havia outros
compromissos ainda a cumprir.
A vontade que ele sentiu de prolongar o encontro,
à noite, foi impedida por razões naturais: uma longa tempestade inviabilizou a
sequência de palavras que, certamente, permaneceria encantadora.
Não foi possível planejarem um novo momento
juntos. Houve motivos suficientes para isto. Ele lamentou a eventual
impossibilidade, afinal nem sempre a vida proporciona reciprocidade de
intenções.
Na madrugada seguinte, ele voltou pela mesma
estrada e nem percebeu o tempo da viagem: havia muitas lembranças a rever e,
desta forma, torná-las perenes em sua memória.
Também, se ressentiu por não ter enviado flores para surpreendê-la (talvez pudesse ter sido a derradeira oportunidade) e, assim, retribuísse - pelo menos em parte - a imensa alegria que ela havia proporcionado naquela tarde chuvosa, testemunha do inesquecível segundo encontro.
E a vida seguiu, mansamente, enquanto ela e ele,
cada qual a seu modo, passaram a cultivar diferentes formas de saudade, em rotinas semelhantes de quase presença.
Um relato que descreve situações de tantas pessoas... Muito bom! Sucinto, mas faz recordar...
ResponderExcluirHj em dia isso tornou-se normal, com a correria de vida e cada um com uma profissão distinta! Será que demorou para ter o terceiro encontro? rs
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