Toda vez, a cena tem circunstâncias idênticas: jovens encerrando um
ciclo e buscando diretrizes para planejar o que vem.
Existe, sim, quem sempre se emociona com isso. Em especial nos finais
de junho e de novembro. Ano após ano.
Agora há pouco foi assim para uma quase profissional. Logo à minha
frente.
Mostrava algum desassossego, convicta de que em algum momento o sinal iria
anunciar a última aula, a última prova.
Não haveria alternativa a um derradeiro olhar à sala, às pessoas que
foram companhia durante dez movimentados semestres. Pelo menos.
Tudo na vida tem seu desfecho e traz consigo impressões que permanecerão
guardadas como imagens intransferíveis e duradouras.
Dentro de alguns dias, vislumbres de alegria no ar e no íntimo acompanharão
os breves instantes da despedida oficial, que poderão ser muito intensos.
Talvez venha a persistir nos olhos a teimosia de uma lágrima e, no
coração, os sintomas de inquietação.
Quem está plenamente preparado para os “nunca mais” que a vida mais
impõe que propõe?
Bem... como sempre acontece depois das despedidas, estará inaugurado o
tempo de as primeiras vezes seguintes.
As que chegam para proclamar novidades trazidas pelo tempo como indícios
para o entusiasmo se refazer no ar e no íntimo. Para renovar esperanças,
recriar expectativas e balizar a direção dos futuros passos e procedimentos.
Tive vontade de saudar aquela quase engenheira e lhe revelar o que
imagino em situações assim.
Mas me detive.
Aquele era um momento apenas dela. E é saudável permitir que fosse
experimentado na solidão que conduz ao definitivo convencimento.
Ficaram comigo algumas palavras que se fizeram silêncio, no qual reavaliei todas as minhas despedidas e todas as primeiras vezes que as
sucederam.
A cada ano dezenas de alunos se vão para, no período seguinte, outros
tantos serem recebidos com iguais perspectivas e euforia.
É de se imaginar que a repetição dos episódios nos faça conhecedores
das formas de convívio com os sentimentos envolvidos. Mas a humanidade que habita
os professores nos faz sensíveis ao que é inevitável aos olhos.
Ah... acho que vale registrar algumas dentre as palavras que eu quis dizer a ela naquele momento:
Ah... acho que vale registrar algumas dentre as palavras que eu quis dizer a ela naquele momento:
“Que venham logo as suas próximas primeiras vezes. E que a façam tão feliz como se fosse a
primeira de todas as vezes. Mais que isso: como se fosse aquela hora mágica
pela qual tantas vezes você esperou!”
Triste-alegre. São muitas na vida. Ótimo Chico.
ResponderExcluirResta-nos apenas a felicidade de ter participado, mesmo que apenas um pouquinho, da vida e da formação destes que se vão!!
ResponderExcluirA vida é formada desses sentimentos que nos tomam em um momento, nos moldam nos seguintes e nos dão a certeza que somos mais que humanos, expressa a centelha divina da existência. E o bom é termos almas sensíveis que descrevem esses momentos em um poema. Parabéns Rocco e Maria Cristina.
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