Toca o celular.
- Olá, Professor, bom dia! Tudo bem?
- Tudo certo! E com você?
- Normal! Estranhei que não havia nada novo postado no blog e pensei que pudesse ter acontecido alguma coisa.
Expliquei ao meu amigo que nada grave havia ocorrido.
Foi uma opção circunstancial: como eleição é algo da maior seriedade, neste
cenário seria melhor permanecer um ou dois dias “em silêncio” para que todos se
concentrassem no exame final dos candidatos e votassem de modo consciente.
Algumas mensagens haviam chegado mais cedo e, em seguida,
outros dois telefonemas trazendo a mesma pergunta acabaram movimentando minha manhã de
sábado.
Fiquei pensando no significado destes contatos não esperados – mas
muito valiosos – bem como nas decorrências positivas para os dois criadores
deste espaço onde histórias são contadas de modo descomplicado. O objetivo fundamental? Tornar um pouco mais coloridos os dias de nossos leitores.
Uma vez mergulhado nesta avaliação, até recorri aos
comentários deixados ao final dos posts, na tentativa de melhorar a
compreensão de como estamos sendo vistos e entendidos por aqueles que nos
acompanham.
Claro que algumas impressões vieram à mente.
Uma delas: parece que não tem havido muito espaço, nas chamadas
mídias mais “influentes”, para as coisas simples da vida, aquelas que compõem
nosso dia a dia e são responsáveis por grande parte dos fatos que se colocam diante
de nós.
Outra: há muita gente que ainda valoriza a suavidade de leituras
como as que têm sido aqui propostas e, também, por diversos blogs que guardam semelhança com o nosso “Doses”.
É muito bom saber que histórias como as que falam de encontros nos fins de tarde; de limonadas suíças e valsas vienenses; da venda
de um piano; de convites para uma
dança; de eventuais dificuldades de
voltar para casa e daquilo que faz as pessoas felizes são aceitas
por tantos leitores, alguns de tão perto, outros de tão longe.
Pessoas de vinte e oito países já nos leram: seriam brasileiros
vivendo fora de nosso país por razões de trabalho ou de lazer? Dificilmente
saberemos a identidade de quem nos acessa da Polônia, da Ucrânia, da Rússia, da República Dominicana...
Cabe registrar um precioso acontecimento: Roberto Bellucci, um amigo
de mais de quarenta anos e com quem não me encontro há muito tempo, musicou o
poema MITOS (postado em 18.08.2014) e encaminhou o áudio com sua belíssima
canção. Emoção indescritível.
Mesmo imaginando somente uma pequena
parte daquilo que efetivamente se passa no coração dos leitores, mantemos a
esperança de que nossas histórias continuem trazendo a todos uma alternativa
para reflexão.
Manter essa esperança é, para nós –
Maria Cristina e Chico – uma saborosa dose de felicidade.
Chico...Ao musicar sua poesia (audaciosamente) tive o sentimento de proximidade e satisfação, como se estivéssemos ao piano, no ginásio Koelle, em Rio Claro, naquelas tardes de sábado, ensaiando sob sua condução. Senti (ou rememorei) a luz do sol na sala, o reflexo no piano, o cheiro do ambiente, as respirações ofegantes, e a inspiração no ar, as notas e canções (lembro-me muito claramente que, quando acertávamos o tom, as segundas e terceiras vozes, ríamos com desenvoltura). Não há retorno ao passado, mas uma leve, verdadeira - e legítima - lembrança de momentos que nos ajudaram a construir caráter, amizades e sons. Ah! Já estou trabalhando em outras poesias (Se me permitir). Grande abraços...Muitas doses por aí...
ResponderExcluir