Havia
passado dois dias movimentados em SINOP, Mato Grosso, há quatro anos. Atendi ao convite para
uma palestra e um minicurso: atmosfera festiva, pessoas essenciais ao lado e tantas
coisas colorindo o ambiente.
No
início da segunda noite, um passeio pelas proximidades do hotel. Ruas calmas. Numa das
casas foi possível observar a delicada mãe acalentando seu bebê. Acabei me
lembrando de quando eu ninava minhas meninas.
CANTIGAS DE NINAR ou NOITE DE SETEMBRO EM SINOP
A mãe acalentava seu bebê
No quarto voltado para a rua calma
Que me via passando naquela hora,
Naquele tranquilo início de noite.
Reconheci a emoção delineada
Na voz característica de pais e mães
Apaixonados pelos seus pequenos
Todos os dias e noites de suas vidas.
Lembrei-me das canções de ninar que compus
Para embalar o sono de minhas meninas,
Por quem continuo sempre apaixonado:
Tantas canções, tanto amor, tanto tempo.
Hoje, sei que quase nada posso fazer
Em relação às cantigas com as quais eu ninava
Minhas pequenas meninas, nas noites
todas
Em que meus braços emolduravam seus sonhos.
Segui meu caminho por aquela calma rua,
Revi, na lembrança, as camas vazias de minhas meninas.
Depois, solitário, sussurrei as cantigas de ninar que,
Em minha solidão, me levaram às lágrimas de saudade.
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