Às
vezes, é preciso reescrever um poema para torná-lo um pedaço de vida.
Outras,
é preciso reescrever um pedaço da vida para torná-lo um poema.
VIVÊNCIA
Quando se visitam as novas fontes e se
permite que a epiderme seja coberta pelas asas que preparam os próximos voos, o
espaço que se estabelece não traz mais consigo o peso do passado, nem a
impaciência do presente e nem as profecias nebulosas para o futuro.
O tempo do recolhimento, breve ou um pouco mais dilatado, terá sido responsável por redefinir os caminhos e
transformar seus meandros em avenidas aplainadas, desvinculadas das
circunstâncias que limitam a imaginação e afastam as experiências que saciam os
desejos da alma.
De algum modo, a pausa cederá lugar
a ações entusiasmadas, a discreta sonolência das letras será substituída pelo
despertar das palavras reconstruídas e, apesar das mesmas
lentes nas velhas armações, os gestos serão outros e um clima de festa
envolverá a realidade.
Nestas horas, poema e vida se fundem.
E tudo, outra vez, passa a fazer sentido.
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