A cachorrinha branca tem um nome límpido,
Suave, cristalino, não muito eloquente,
Clarinha, para os que estão por perto;
Não é minha, de papel passado,
Aliás, nem sei por onde anda seu papel,
Talvez seja minha por uma simples razão:
Eu estava ao alcance quando chegou
O seu momento mágico de escolha.
A cachorrinha branca gosta de carinho,
Gosta, também, dos meus afagos
E algo me diz que, a seu modo,
Prefere o meu aconchego aos demais
E eu a tomo sempre, em meu colo.
A cachorrinha branca gosta de me chamar
Bem de madrugada, quando o silêncio
Envolve a sonolência das altas horas,
Chama-me e quer ver a madrugada
Bem de perto, pelos repetidos vãos
Da grade do portão que dá para a rua.
A cachorrinha branca também gosta se expressar,
Insiste em se fazer reconhecida pelos que passam,
Por aqueles que se maravilham com seu porte,
Ou por aqueles que nem reparam em sua presença
E seguem seu trajeto pela rua de casa.
A cachorrinha branca me olha afetuosa,
Parece querer me contar, com suas palavras,
As coisas que talvez traga guardadas
Em seu pequeno espaço de sonho e ternura.
Então percebo que ela não precisa das palavras,
Basta me olhar e rosnar de mansinho:
Tudo entre nós assim se esclarece
E ela vai adiante, correndo, latindo,
Como se a vida
não tivesse começo nem fim.
Também tenho uma clarinha em minha vida, na verdade um Mike e ele também não precisa de palavras só um olhar já diz tudo...
ResponderExcluirTb tenho uma branquinha, chama-se Charlotte, amo muito.
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